Arte A exposição de Paulo Leone no Hidden transforma a capital em poesia concreta e celebra o olhar por trás das formas. Devidamente instalado na ruína da antiga sede do clube ASFUB, no Setor de Clubes Norte (ao lado do Cresspom), o Hidden é reconhecido como uma das ocupações urbanas mais charmosas da capital. Além dos brindes de espumantes, rótulos dos melhores vinhos, gastronomia autoral, música boa e gente bonita, por aqui a arte tem espaço garantido: o Hidden, além de oferecer uma programação musical de primeira, apresenta exposições concebidas exclusivamente para o lugar. A mostra que abre a temporada 2025 é “Brasília, Utopia Geométrica”, assinada pelo fotógrafo e publicitário Paulo Leone, aberta para visitação todas as quintas, sextas, sábados (e domingos especiais), a partir das 19h. E como o próprio nome indica, o trabalho de Leone está calcado na Geometria — que, resumidamente, pode ser definida como o estudo das formas, das dimensões e das proporções, uma linguagem universal que conecta o ponto ao infinito. A partir dela, desvendamos o caminho das retas, das curvas e das superfícies, encontrando beleza e lógica nos traços que desenham a vida. “Pontos, retas, planos, círculos, triângulos, quadrados, cubos, esferas… espaço! Mesmo estando constantemente diante dos nossos olhos, a Geometria muitas vezes passa despercebida, silenciosa — até o momento em que nos damos conta de que é ela quem molda e dá forma à ambição humana”, filosofa o fotógrafo. De fato, Brasília é o exemplo perfeito disso e, talvez, o seu poema mais ousado. Nascida do traço firme de Lúcio Costa e da leveza escultórica de Oscar Niemeyer, a cidade se ergue no coração do país como um manifesto geométrico. Suas formas não apenas organizam o território — elas narram um ideal de ordem e progresso, onde o concreto ganha alma e o vazio, significado. “É a Geometria quem molda e dá forma às nossas maiores ambições. E aqui, em Brasília, ela não apenas existe — ela é a cidade”, afirma Leone. “E justamente graças à Geometria que conhecer e fotografá-la pela primeira vez foi como reencontrar e retratar um antigo e querido conhecido”, confessa. Facebook Comments Redação Compartilhar AnteriorLançamento do Bonn App reúne imprensa, influenciadores e empresários no Santé Lago PróximoAnderson Oliveira transforma a cena cultural como um dos maiores Relações Públicas preto do país 11/06/2025